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Brasília faz aniversário e reforça legado urbanístico: “Caminhar por Brasília é vivenciar teoria e prática ao mesmo tempo”, diz professor da Estácio.




Brasília completa mais um ano de existência e, mais do que comemorar o surgimento de uma capital, a data reacende reflexões sobre sua importância para a Arquitetura e Urbanismo brasileiros. Para o professor Gustavo Franco, docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Estácio Brasília e especialista em Habitação e Cidade, a cidade é um marco histórico e uma referência ainda viva para o ensino e a prática profissional.


“A data marca mais do que o aniversário de uma cidade, celebra o símbolo maior da arquitetura e do urbanismo modernistas no Brasil. Brasília é resultado de uma convergência de forças históricas, políticas e culturais que deram forma à mais ousada experiência de planejamento urbano do século XX", afirma o professor.


Projetada para representar um Brasil moderno, progressista e integrado, Brasília rapidamente se tornou um ícone mundial. Sua concepção influenciou gerações de arquitetos e urbanistas. No entanto, como explica Gustavo Franco, a cidade também evidencia os limites do urbanismo modernista, sobretudo no que diz respeito à desigualdade social e à segregação urbana.


“A funcionalidade sonhada gerou distâncias reais: enquanto a elite ocupa a escala bucólica do Plano Piloto, os mais pobres vivem onde conseguem, muitas vezes nas franjas da cidade”, pontua.


No curso de Arquitetura e Urbanismo da Estácio, Brasília é estudada não apenas como exemplo de planejamento e inovação, mas também como um caso de análise crítica. “É fundamental que nossos estudantes entendam tanto as virtudes quanto os limites do projeto original. A cidade nos inspira e nos provoca — é conquista e contradição. E é justamente por isso que seu legado continua essencial ao debate arquitetônico e urbanístico no Brasil”, complementa o professor.


Brasília como sala de aula viva


Para os estudantes da área, Brasília representa um verdadeiro laboratório a céu aberto. Ao mesmo tempo em que oferece o contato direto com os traços de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, também permite o estudo dos desdobramentos urbanos não planejados, como as cidades satélites e as ocupações informais.


“Caminhar por Brasília é vivenciar teoria e prática ao mesmo tempo. É aprender com o traço e a curva, mas também com as formas de viver que surgiram ao redor do Plano Piloto. É refletir sobre o passado e pensar os futuros possíveis das cidades brasileiras”, destaca Gustavo Franco.


Lições para o futuro


Ao olhar para Brasília, o professor reforça que a principal lição para os futuros arquitetos e urbanistas é que planejar vai além do desenho: é um ato político e social.


“Brasília ensina que o arquiteto deve ser mais do que um criador de formas — deve ser um agente de transformação. Não podemos esquecer que Brasília também é Taguatinga, Ceilândia, Sol Nascente e tantos outros territórios que revelam a verdadeira complexidade urbana da cidade. Esses espaços ensinam sobre resistência, criatividade e formas plurais de habitar o mundo urbano”, finaliza.

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