Com soma de US$ 10,99 bilhões, agronegócio brasileiro registra queda de 5,3% nas exportações em janeiro
Especialista em direito empresarial e do agro, Leonardo Cesar, comenta sobre os desafios enfrentados pelo setor
A redução foi impulsionada principalmente pela queda nas exportações de soja, milho e do complexo sucroalcooleiro. Mesmo com o recuo, o setor manteve sua relevância, representando 43,7% das vendas externas totais do país no mês.
O advogado especialista em direito empresarial e do agronegócio, Leonardo César, comenta que a queda nas exportações brasileiras está diretamente relacionada à desvalorização internacional de commodities como soja, milho, ferro, petróleo e açúcar. “Esse cenário leva à retenção de produtos com expectativa de valorização futura, além de ser impactado pelo aumento expressivo nos custos de transporte, máquinas e equipamentos”, explica.
Seis segmentos superaram a marca de US$ 1 bilhão em exportações: carnes (18,9%), produtos florestais (13,8%), café (13,2%), complexo de soja (10,1%), complexo sucroalcooleiro (10,0%) e cereais, farinhas e riqueza (9,1%). Juntos, responderam por 75,1% das exportações do agronegócio.
A China apareceu como principal destino dos produtos brasileiros, seguida pela União Europeia e os Estados Unidos. No entanto, as exportações para o país asiático caíram 31,1% em janeiro, totalizando US$2,05 bilhões. Essa queda impediu a participação chinesa de 25,6% para 18,6% nas vendas do setor, influenciada pelo menor volume de soja em grãos, milho, algodão e açúcar.
O especialista destaca que esse contexto também cria novas oportunidades comerciais. “A China busca fornecedores alternativos para substituir os Estados Unidos no mercado de commodities, o que pode fortalecer ainda mais a relação comercial já consolidada com o Brasil”, afirma.
O saldo da balança comercial do agronegócio fechou o mês positivo em US$9,15 bilhões, abaixo dos US$9,93 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.