Presidente passou por cirurgia em decorrência de um sangramento no cérebro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi submetido a uma cirurgia de emergência, conhecida como Trepanação, para a drenagem de um hematoma subdural crônico, uma condição decorrente de um trauma sofrido em outubro, quando bateu a região da nuca em um acidente doméstico. Na ocasião, o presidente recebeu cinco pontos, mas o sangramento evoluiu de forma lenta e progressiva, característica desse tipo de hematoma, comum em pessoas idosas e que geralmente se manifesta entre 20 e 45 dias após o trauma.
O neurocirurgião Victor Hugo Espíndola explicou a natureza do problema: “Esse tipo de hematoma ocorre entre o cérebro e a duramáter, uma das membranas que protegem o cérebro. O sangramento inicial pode ser pequeno, mas com o tempo o acúmulo de sangue começa a pressionar o cérebro, gerando sintomas como dores de cabeça, fraqueza, alterações na fala e sonolência. Nos casos mais graves, pode evoluir para coma.”
A situação gerou confusão inicial, com rumores de que Lula teria sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC). No entanto, o caso do presidente foi distinto: “O hematoma subdural é resultado de um trauma, enquanto o AVC hemorrágico decorre do rompimento espontâneo de um vaso sanguíneo dentro do cérebro”, explica Dr. Victor Hugo. Ambos podem causar sintomas graves, mas as causas e tratamentos diferem significativamente.
Segundo o especialista, a cirurgia é de baixo risco e geralmente proporciona uma recuperação tranquila. “Após o procedimento, o paciente permanece em observação na UTI por 24 a 48 horas e, em seguida, pode ser transferido para o quarto, com alta hospitalar em poucos dias.”