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Trabalho híbrido: por que esse assunto é pauta para a governança?

No cenário de incertezas gerado pela pandemia, o home office e o trabalho híbrido se mostraram como solução para muitas empresas continuarem em funcionamento. Passado o período de adaptação, uma pesquisa realizada em 2021 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que aproximadamente uma a cada quatro pessoas poderia trabalhar de forma remota no Brasil. Isso equivale a mais de 20 milhões de pessoas. Ainda segundo o Ipea, as pessoas em teletrabalho potencial, juntas, são responsáveis por cerca de 40% do total de rendimentos no país.

Diante desses números, o home office e o trabalho híbrido ganham força e mostram que vieram para ficar também por causa do efeito colateral chamado Great Resignation. Em tradução literal, “the Great Resignation” equivale a “a grande renúncia”. O termo, como o próprio nome indica, é usado para se referir a um fenômeno de demissão voluntária em massa identificado em 2021 nos Estados Unidos, mas que vem ganhando escopo global. Muitas pessoas não querendo voltar para o modelo de trabalho anterior e buscando empregos com menor carga horária ou trabalhos ligados ao propósito.

Para Eduardo Valério, presidente do conselho da GoNext Governança & Sucessão, a governança é crucial neste momento de mudança de cultura organizacional das empresas - seja ela da esfera pública ou privada. “Quanto à governança, acredito que o desafio está um pouco no conflito de gerações. A alta direção, muitas vezes ainda precisa desse comando e controle quando o novo cenário exige maior agilidade e flexibilidade para lidar com as constantes mudanças e a nova geração. O foco é resultado e aprendizado”, explica Valério.

Além da administração das gerações, para se manterem ativas, as empresas e os gestores precisam de métodos eficazes para gerir o trabalho híbrido ou remoto dentro das organizações. “Há ferramentas digitais que estão sendo utilizadas como meio para as empresas aproximarem as pessoas, a Gather é um bom exeplo", comenta Valério.

Esfera pública
No Banco Regional de Desenvolvimento Econômico (BRDE), o superintendente no Paraná e Mato Grosso do Sul, Paulo Cesar Starke Junior, conta que não havia modelo de trabalho remoto na entidade. Durante a pandemia foi desenvolvido modelo que culminou em um plano para cada colaborador e feita uma avaliação do histórico de produtividade e autonomia para auto gestão e desempenho de tarefas à distância.

“O desafio da governança, neste caso, foi desenvolver um sistema, formulário padrão, registro de ponto, controle do trabalho remoto e uma série de processos pra tornar legal o desenvolvimento das funções à distância e poder avaliar a produtividade. O resultado foi satisfatório e constatamos que o modelo funciona”, declarou Starke Junior.

Com o modelo híbrido instituído, o BRDE passou a ter uma política específica. “Temos uma política de descentralização das equipes e cada gerente decide quem pode trabalhar remotamente, respeitado os limites máximos definidos. O monitoramento de desempenho e acompanhamento individual é feito por cada gestor e o desafio da governança está em olhar cada funcionário, individualmente, avaliando e reportando sempre para sabermos o quanto cada um está contribuindo”, destaca o superintendente.

Esfera privada
Na Multilog Brasil, empresa especializada em logística, 60% dos colaboradores do departamento administrativo foram para o home office durante a pandemia. Já a equipe de produção continuou no modo presencial. “Foi uma mudança brusca, mas feita com planejamento e olhar sobre as necessidades dos nossos clientes, líderes e colaboradores, tanto relacionadas com a tecnologia, quanto com a humanidade e às adequações necessárias para atendimento à legislação” conta a diretora de Gente, Lisiane Lise Schafer. Segundo ela, a governança teve um papel fundamental na tomada de decisões, e por isso deu certo.

Hoje, o trabalho híbrido permanece na Multilog Brasil, assim como em várias outras empresas nacionais, como uma solução necessária para os atuais desafios do mercado. No momento, 22% do quadro administrativo está em formato híbrido.

“Percebemos que é possível fazer gestão à distância, com qualidade. Para os colaboradores, ter a possibilidade de trabalhar neste formato está diretamente ligado à qualidade de vida e desempenho. Neste período, a Multilog cresceu em tamanho, faturamento e aprendizado, além de mudar a cultura com os novos modelos de trabalho vigentes e desenvolvimento das lideranças para este novo cenário global”, afirma Lisiane.

Sobre a GoNext Governança & Sucessão: consultoria especializada na implantação do sistema de governança corporativa e sucessão em empresas familiares. Fundada em 2010, atua com metodologia exclusiva para a profissionalização, elaborada a partir da experiência adquirida em aproximadamente 200 projetos atendidos no Brasil e nos EUA. A equipe de consultores desenvolve planejamento personalizado, de forma integrada aos objetivos e necessidades de cada cliente. A GoNext foi fundada pelo CEO Eduardo José Valério, com mais de 25 anos de experiência como executivo, tendo atuado como C-Level de grandes companhias brasileiras. https://gonext.com.br/ 

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