Projeto visa colaborar com a recuperação da aprendizagem por conta da pandemia e deve impactar 500 alunos do ensino médio de Ceilândia logo neste primeiro semestre. São ministradas aulas de reforço de matemática, português, história, geografia, filosofia, inglês, entre outras matérias da grade de ensino
Foto: Paulo almeida.
A pandemia da covid-19 teve impacto em todas as áreas da sociedade e a educação está entre as mais afetadas. Se em contextos anteriores à pandemia, os estudantes do Ensino Médio em escolas públicas aprendem 20 pontos na escala Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), pesquisa do Instituto Unibanco, publicada em junho de 2021, mostra que eles já perderam atualmente 10 pontos em matemática e em língua portuguesa. Para se ter uma ideia, um ponto a menos de proficiência nessa escala significa uma redução de 0,5% na remuneração do trabalho ao longo de toda a vida.
A falta de equipamentos tecnológicos e do acesso à internet para acompanhar as atividades on-line, bem como a rotina doméstica e a ausência de condições adequadas para estudo em casa, foram grandes impeditivos para que esses jovens pudessem se dedicar totalmente. A menor socialização e os problemas emocionais e socioeconômicos de suas famílias também contribuíram para o baixo engajamento dos estudantes, como aponta o estudo realizado pelo instituto.
Com um cenário mais favorável, considerando o avanço da vacinação no Brasil e no mundo, 2022 pode ser um ano para a recuperação da aprendizagem. Avanço que poderá ser ainda maior com o apoio coletivo, como o Projeto Voluntário nas Escolas, lançado pelo IESB em Ação, Programa de Responsabilidade Social do Centro Universitário IESB. A iniciativa reúne grupos de alunos da instituição para dar suporte a estudantes do ensino médio de escolas públicas do Distrito Federal (DF), com aulas de reforço de matemática, português, história, geografia, filosofia, inglês, entre outras matérias básicas da grade de ensino. Mais de 50 alunos do IESB já estão envolvidos com o Voluntário nas Escolas, que deve impactar 500 alunos da rede pública, logo neste primeiro semestre.
Atualmente, o projeto atende as escolas Centro de Ensino Médio (CEM) 2 e 12 e Centro Educacional (CED) 6, 7 e 11, de Ceilândia. "Sempre fomos parceiros das escolas de Ceilândia em vários projetos, como a Semana de Profissões, os atendimentos dos alunos na nossa clínica de nutrição e clínica de psicologia, além das ações de letramento. Agora, lançamos mais esta iniciativa. Isso porque, com a ocorrência da pandemia, muitas escolas estão pedindo o apoio do IESB, justamente por conta do intervalo no processo de aprendizagem do ensino, devido ao isolamento. Quem não tinha um computador em casa ou tinha apenas um celular para a família inteira, com certeza teve mais dificuldade em acompanhar os estudos a distância e isso criou algumas falhas no processo de ensino e aprendizagem desses alunos. Por isso, várias escolas estão pedindo nosso suporte para suprir essa perda e nós estamos dispostos a ajudar", afirma a professora Mirela Berendt, diretora do IESB Campus Oeste, em Ceilândia.
Cada escola tem um professor responsável por receber os alunos do IESB e os acompanhar junto aos estudantes.
Coordenador do Centro de Ensino Médio 2 de Ceilândia, Neemias Araújo destaca a importância do projeto. Durante o isolamento, aproximadamente 40% dos alunos da sua escola não tiveram acesso às plataformas de ensino, seja por falta de internet ou aparelho. "E mesmo que alguns estudantes tivessem, eles não conseguiram absorver a aprendizagem", conta o professor ao descrever o quanto o isolamento impactou os estudantes também nos aspectos de concentração e socialização. "Essa parceria com o IESB vem como uma espécie de reforço, pois auxilia imensamente o trabalho do professor em sala de aula. É um projeto muito importante, inclusive quando temos alunos com defasagens daquilo que deveriam ter aprendido e não aprenderam. E para o professor conseguir trabalhar isso em sala, tendo, ao mesmo tempo, que caminhar com o conteúdo é muito difícil e complexo. Então, essa parceria com os alunos voluntários permite que o professor não precise fazer este movimento de ida e volta. O professor só vai e essa volta quem recupera são esses alunos parceiros do IESB", completa Neemias.
"Todos aprendem com o projeto. Além dos alunos que vão receber esse reforço escolar, a iniciativa traz benefícios também ao aluno voluntário, que desenvolve ainda mais habilidades humanas e técnicas tão requeridas hoje no mundo do trabalho, como compartilhar conhecimentos, trabalhar em equipe e em prol da sociedade", destaca Jessyca Ribeiro, coordenadora do IESB em Ação.
Aluna do 5º semestre no curso de Psicologia do IESB, Dafhine Batista dos Santos é uma das voluntárias. "No projeto, eu ministro aula de filosofia e a escolha da disciplina não foi aleatória. Um dos primeiros conteúdos que tive no curso de Psicologia do IESB foi filosofia e eu gosto muito. Portanto, ter este contato com os alunos traduz muito o lema do IESB de teoria e prática juntos. Tenho certeza de que este projeto vai acrescentar, tanto na minha experiência pessoal, quanto ajudar os alunos da escola", avalia Dafhine.
Estudante de Educação Física, Paulo Victor Soares é responsável por auxiliar nas aulas de inglês. "Tive muita dificuldade nessa disciplina durante o ensino fundamental e sei o quanto saber outro idioma é necessário para a carreira. Fiz muitos cursos, aprendi inglês e hoje posso contribuir de forma positiva com esses estudantes. Uma experiência que vai ajudar muito na minha carreira profissional. Fazer voluntariado é aprender e ao mesmo tempo transformar a sociedade em nossa volta", completa o estudante do IESB.
A pandemia da covid-19 teve impacto em todas as áreas da sociedade e a educação está entre as mais afetadas. Se em contextos anteriores à pandemia, os estudantes do Ensino Médio em escolas públicas aprendem 20 pontos na escala Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), pesquisa do Instituto Unibanco, publicada em junho de 2021, mostra que eles já perderam atualmente 10 pontos em matemática e em língua portuguesa. Para se ter uma ideia, um ponto a menos de proficiência nessa escala significa uma redução de 0,5% na remuneração do trabalho ao longo de toda a vida.
A falta de equipamentos tecnológicos e do acesso à internet para acompanhar as atividades on-line, bem como a rotina doméstica e a ausência de condições adequadas para estudo em casa, foram grandes impeditivos para que esses jovens pudessem se dedicar totalmente. A menor socialização e os problemas emocionais e socioeconômicos de suas famílias também contribuíram para o baixo engajamento dos estudantes, como aponta o estudo realizado pelo instituto.
Com um cenário mais favorável, considerando o avanço da vacinação no Brasil e no mundo, 2022 pode ser um ano para a recuperação da aprendizagem. Avanço que poderá ser ainda maior com o apoio coletivo, como o Projeto Voluntário nas Escolas, lançado pelo IESB em Ação, Programa de Responsabilidade Social do Centro Universitário IESB. A iniciativa reúne grupos de alunos da instituição para dar suporte a estudantes do ensino médio de escolas públicas do Distrito Federal (DF), com aulas de reforço de matemática, português, história, geografia, filosofia, inglês, entre outras matérias básicas da grade de ensino. Mais de 50 alunos do IESB já estão envolvidos com o Voluntário nas Escolas, que deve impactar 500 alunos da rede pública, logo neste primeiro semestre.
Atualmente, o projeto atende as escolas Centro de Ensino Médio (CEM) 2 e 12 e Centro Educacional (CED) 6, 7 e 11, de Ceilândia. "Sempre fomos parceiros das escolas de Ceilândia em vários projetos, como a Semana de Profissões, os atendimentos dos alunos na nossa clínica de nutrição e clínica de psicologia, além das ações de letramento. Agora, lançamos mais esta iniciativa. Isso porque, com a ocorrência da pandemia, muitas escolas estão pedindo o apoio do IESB, justamente por conta do intervalo no processo de aprendizagem do ensino, devido ao isolamento. Quem não tinha um computador em casa ou tinha apenas um celular para a família inteira, com certeza teve mais dificuldade em acompanhar os estudos a distância e isso criou algumas falhas no processo de ensino e aprendizagem desses alunos. Por isso, várias escolas estão pedindo nosso suporte para suprir essa perda e nós estamos dispostos a ajudar", afirma a professora Mirela Berendt, diretora do IESB Campus Oeste, em Ceilândia.
Cada escola tem um professor responsável por receber os alunos do IESB e os acompanhar junto aos estudantes.
Coordenador do Centro de Ensino Médio 2 de Ceilândia, Neemias Araújo destaca a importância do projeto. Durante o isolamento, aproximadamente 40% dos alunos da sua escola não tiveram acesso às plataformas de ensino, seja por falta de internet ou aparelho. "E mesmo que alguns estudantes tivessem, eles não conseguiram absorver a aprendizagem", conta o professor ao descrever o quanto o isolamento impactou os estudantes também nos aspectos de concentração e socialização. "Essa parceria com o IESB vem como uma espécie de reforço, pois auxilia imensamente o trabalho do professor em sala de aula. É um projeto muito importante, inclusive quando temos alunos com defasagens daquilo que deveriam ter aprendido e não aprenderam. E para o professor conseguir trabalhar isso em sala, tendo, ao mesmo tempo, que caminhar com o conteúdo é muito difícil e complexo. Então, essa parceria com os alunos voluntários permite que o professor não precise fazer este movimento de ida e volta. O professor só vai e essa volta quem recupera são esses alunos parceiros do IESB", completa Neemias.
"Todos aprendem com o projeto. Além dos alunos que vão receber esse reforço escolar, a iniciativa traz benefícios também ao aluno voluntário, que desenvolve ainda mais habilidades humanas e técnicas tão requeridas hoje no mundo do trabalho, como compartilhar conhecimentos, trabalhar em equipe e em prol da sociedade", destaca Jessyca Ribeiro, coordenadora do IESB em Ação.
Aluna do 5º semestre no curso de Psicologia do IESB, Dafhine Batista dos Santos é uma das voluntárias. "No projeto, eu ministro aula de filosofia e a escolha da disciplina não foi aleatória. Um dos primeiros conteúdos que tive no curso de Psicologia do IESB foi filosofia e eu gosto muito. Portanto, ter este contato com os alunos traduz muito o lema do IESB de teoria e prática juntos. Tenho certeza de que este projeto vai acrescentar, tanto na minha experiência pessoal, quanto ajudar os alunos da escola", avalia Dafhine.
Estudante de Educação Física, Paulo Victor Soares é responsável por auxiliar nas aulas de inglês. "Tive muita dificuldade nessa disciplina durante o ensino fundamental e sei o quanto saber outro idioma é necessário para a carreira. Fiz muitos cursos, aprendi inglês e hoje posso contribuir de forma positiva com esses estudantes. Uma experiência que vai ajudar muito na minha carreira profissional. Fazer voluntariado é aprender e ao mesmo tempo transformar a sociedade em nossa volta", completa o estudante do IESB.
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