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4 hábitos para mudar o mundo - Por: Ana Maria Keating

 
 
 
 
 
Se observarmos na natureza, não encontraremos nenhum outro ser vivo que acumule os seus resíduos como os seres humanos fazem. 
 
Segundo a “Visão Sistêmica da Vida” do Físico Fritjof Capra, “na natureza o resíduo de um sistema é alimento para outro sistema e todos os sistemas naturais se equilibram de forma perfeita para gerar abundância.” Só com essa frase, já podemos compreender o  que estamos vivendo nos dias de hoje.
 
Os Brasileiros geraram, em média, 1,03 kg de resíduos por dia em 2017. Isso significa 214.868  toneladas de lixo produzidos por dia no Brasil. Sim, Lixo. Porque a partir do momento que misturamos todos os tipos de resíduos, entre os recicláveis, os compostáveis (orgânicos) e os rejeitos, tudo vira lixo. Desse total, apenas 54% foi descartado em aterros sanitários, 16,6% foram destinados a lixões à céu aberto, 20,5% foram destinados a aterros controlados e 8,9% simplesmente não foram coletados e estão dispersos no meio ambiente. Tudo isso a um custo de mais de 10 bilhões de reais na gestão desses resíduos, pagos com dinheiro público. (ABRELPE, Panorama de resíduos sólidos no Brasil, 2017)
 
Desde 2006 até hoje, a taxa de reciclagem dos resíduos não ultrapassa 3% desse total. Isso comprova que a Lei 12.305/2010, mais conhecida como “Lei dos Resíduos Sólidos”, não surtiu nenhum efeito no cenário de reciclagem e recuperação de resíduos. Muito menos as chamadas “Leis dos Grandes Geradores”, que surgiram em vários municípios, desobrigando as empresas de coleta públicas de efetuar a gestão de empresas que geram mais de 120L/dia. 
 
Residências e Condomínios residenciais não são afetados por esta lei, mas isso pouco importa. Porque mesmo os grandes geradores, que fazem a gestão do seu resíduo, não o estão fazendo de forma lógica, eficiente e apoiada no tripé Econômico-sócio-ambiental que estrutura o conceito da sustentabilidade.
 
Na minha opinião, por pura falta de conhecimento. Sim, porque se as pessoas tivessem consciência de que no mínimo 82% dos resíduos que geram pode ser transformado em dinheiro, o Brasil não enterraria R$ 120 bilhões por ano em material reciclável e compostável, como em 2018, segundo a ABIMAQ. 
 
Ficou muito claro para mim que todos esse volume de resíduos acumulados há décadas nada mais é do que o resultado de produtos inacabados, que não tiveram a sua continuidade prevista na cadeia de produção. Suas concepções partiram de uma premissa que os recursos naturais são infinitos e olhou para a natureza como uma fonte inesgotável de exploração.
 
Não, a natureza não se comporta desta maneira. Ela é abundante sim, mas quando nós a tratamos como uma parceira, não como uma fornecedora. Com esta visão, e consciente de que o ser humano tem uma tendência muito forte a rejeitar mudanças, desenvolvi uma metodologia “gamificada” com o intuito de lançar desafios que trazem significado e provocam o engajamento das pessoas parar praticar a coleta seletiva e assim melhorar consideravelmente estes índices.
 
Essa metodologia faz parte do projeto “4 Hábitos Para Mudar o Mundo” à qual sou fundadora, e com o qual tenho implantado gestões sustentáveis em todos os setores onde há uma grande concentração de pessoas, utilizando a Responsabilidade Social como uma ferramenta de ressignificado do que é ser Cidadão. 
 
Estamos num momento de incrível oportunidade no Brasil, com uma economia ainda fraca e um índice muito alto de desemprego. Este cenário estampa uma série de possibilidades neste setor capaz de emergir uma nova economia, sustentável e ambientalmente positiva, para que possamos transformar definitivamente a nossa relação com o meio ambiente, reduzir a velocidade do aquecimento global e das mudanças climáticas que estão causando alagamentos, desertificação e temperaturas extremas em todo o planeta.

Ana Maria Keating da Costa Arsky
Diretora - ABRASSP
CEO 4 hábitos
Arquiteta, Urbanista e Especialista em Reabilitação Urbana
Cel: 61 . 9 9277 7222

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