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Conscientização coletiva faz a diferença nos condomínios

Administradores e síndicos introduzem novos hábitos de consumo d’água nos prédios e vilas a fim de tornar a vida mais econômica e sustentável



Varrer as áreas comuns com mais frequência e substituir medidor de consumo de água coletivo por equipamentos individuais são medidas simples e eficientes. 

Se você mora ou trabalha em um prédio ou em um conjunto de casas, provavelmente, sabe que nem sempre é fácil conviver com os vizinhos, os funcionários e os visitantes. Mas que tal deixar as diferenças de lado e fazer uma corrente em nome do meio ambiente? Com poucas medidas (algumas delas, bastante simples) para poupar água, é possível tornar a vida em condomínio bem mais econômica e sustentável.

Que o diga o administrador de empresas João Frederico de Oliveira Silva, de 51 anos. Em 2009, ele assumiu o papel de síndico de um condomínio em Gravatá, no Agreste de Pernambuco, e promoveu uma série de mudanças para racionalizar o consumo de água. Quando a piscina precisa ser aspirada, por exemplo, a água drenada é levada para duas caixas d´água de 1 mil litros cada (em breve, serão três), onde passa por uma decantação, antes de retornar a sua origem. Outra medida, bem mais simples, foi a orientação para que o zelador varresse as áreas comuns com mais frequência, evitando o acúmulo de poeira. “Hoje, ele praticamente só passa um pano molhado uma vez por semana. Nos outros dias, apenas varre. No final, fica tão limpo quanto se utilizasse a mangueira para lavar”, conta o síndico, que também tenta conscientizar outros funcionários e moradores, tanto em reuniões, quanto através do quadro de avisos.

O próximo passo planejado por João Frederico é a substituição do medidor de consumo de água coletivo por equipamentos que diferenciem o gasto de cada casa do condomínio e permitam a cobrança individualizada. “Ainda existe muito desperdício por falta de consciência da sociedade. Infelizmente, o brasileiro só sente quando dói no bolso”, diz. Essa também é a opinião da especialista em recursos hídricos Suzana Montenegro, professora do departamento de engenharia civil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “Essa medição individualizada é importante. Onde não existe, quem gasta menos água paga igual a quem gasta mais. E o nosso bolso é um ótimo indicador do quanto estamos consumindo e do que devemos fazer”.

Para o diretor de Condomínios do Sindicato da Habitação de Pernambuco (Secovi-PE), Márcio Gomes, falsas percepções sobre o custo da água acabam sendo fatores relevantes para o desperdício. “Infelizmente, ainda não existe uma preocupação forte o suficiente para mudar a cultura de forma globalizada, mas estamos tendo avanços a cada dia”, lamenta. “Muitos condomínios têm poço artesiano e criaram uma cultura equivocada de que, como a água é do poço, não sai caro para o condômino. É um grande engano, pois sobre ela se paga a tarifa do esgoto. Além disso, quanto maior o consumo de água, maior é o de energia”, afirma, salientando que o processo de envio da água para as torneiras das unidades privativas demanda bastante eletricidade.

Fonte: Diário de Pernambuco
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